terça-feira, 26 de abril de 2011

Karma e Dharma

O que é o KARMA?



Karma provém da raiz sânscrita kr, agir, que deu origem aos termos karma (ação) e kriyá (atividade). Karma é uma lei natural, como a lei da gravidade. Esta é a visão que a fundamentação Niríshwara-Sámkhya, tem do karma. A visão espiritualista surge mais tarde e é reforçada na mesma medida em que a filosofia Vêdánta torna-se mais popular, especialmente a partir do século VIII d.c. Posteriormente, o conceito de karma é importado pelo Ocidente e cristianizado, ou seja, é feita uma releitura com base nos princípios cristãos de culpa e pecado. Karma deixa de ser uma lei que está fora e além do bem e do mal, para tornar-se algo com conotação negativa, que se deve pagar com sofrimento.

Se conhecermos os mecanismos que regem o dharma e o karma, teremos quase total domínio sobre a nossa vida e o nosso destino. Aliás, podemos definir karma como um destino maleável, que modificamos a cada minuto em virtude das nossas ações, palavras e pensamentos. Estamos o tempo todo a tecer nosso futuro imediato e distante.

Cada ação (karma = ação) protagonizada gera inexoravelmente uma reação, ainda que a ação inicial tenha sido apenas palavra ou pensamento.

Então devemos tomar muito cuidado com o que dizemos e com o que pensamos, não por uma razão meramente moral, mas por saber que não haverá como furtar-nos à responsabilidade das consequências.

Este capítulo vai-nos ensinar como manobrar a lei do karma a nosso favor para transformar a nossa vida para melhor, mas não conseguirá auxiliar aqueles que usam da ação mal-intencionada, da palavra caluniosa ou do pensamento malicioso contra outro ser humano.



Diferenças entre KARMA E DHARMA



O ocidental costuma confundir karma com dharma, no entanto, trata-se de duas categorias de leis completamente diferentes. A própria palavra dharma significa, literalmente, lei. Refere-se a qualquer lei humana: lei jurídica, regulamento de um clube ou condomínio, norma religiosa, etc. Inclusive, o termo dharma também pode ser usado, por extensão, com o significado de religião. Assim, dharma é uma lei humana e karma uma lei universal. Dharma está sujeito ao tempo e ao espaço, enquanto karma está além do tempo e do espaço.

O dharma é a lei moral, pois depende das normas de um determinado país, região, cidade, grupo cultural e de uma determinada época. Mudando o tempo ou mudando o lugar, as regras mudam. O dharma depende dos costumes.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Educador e escritor DeRose em Lisboa

O educador e escritor DeRose esteve este fim-de-semana em Lisboa, onde apresentou a mais recente edição do seu livro “Karma & Dharma – Transforme a sua vida”. Ministrou, ainda, uma série de cursos para alunos e instrutores do Método DeRose.

A sua passagem pela capital portuguesa começou na sexta-feira, com o lançamento da obra supracitada, na Junta de Freguesia de São João de Deus. Na ocasião, foram muitos os alunos, instrutores e convidados que tiveram o privilégio de conhecer ou reencontrar o Professor DeRose e ouvir as suas sábias palavras.

Com a sua habitual generosidade e o seu acutilante sentido de humor, aproveitou a oportunidade para transmitir alguns ensinamentos e esclarecer a audiência sobre o que é o Método DeRose. Uma urdidura entre técnicas e conceitos que visam uma melhor qualidade de vida do praticante.

Em relação à apresentação do livro “Karma & Dharma”, lembrou a importância do tema para todos aqueles que pretendam ser os “obreiros da sua própria vida”, sublinhando que o karma não é um conceito espiritualista, mas sim uma lei universal de causa e efeito, e que pode, em grande parte, ser modificado.

Seguiu-se uma apresentação de coreografias pelos instrutores e demonstradores do Método DeRose: Etianette Melo, Pedro Cardoso, Sara Albuquerque e Bruno Amaral, num espectáculo de excelência técnica e beleza.

A noite terminou com sessão de autógrafos pelo autor.

No sábado, alunos e instrutores do Método DeRose começaram o dia da melhor maneira, com uma aula avançada ministrada pelos professores António Pereira e Luís Lopes, na Universidade Lusófona.

À tarde, foi a vez de assistir ao curso “Alimentação Inteligente”, ministrado pelo próprio DeRose e aberto a alunos e instrutores. Neste curso, abordou os vários sistemas alimentares adoptados pelo homem ao longo da história, recordando que o regime recomendado por esta filosofia prática de vida é o Vegetalianismo (ou Lacto-Vegetarianismo), que é também a alimentação utilizada na Índia.

A passagem de DeRose por Lisboa continuou no domingo e na segunda-feira, com os cursos “Param-Pará” e “Ásana para Coreografia”, dirigidos apenas a instrutores.

Seguem as fotos destes quatro dias de partilha de conhecimento, convivência, alegria e fortalecimento da egrégora desta nobre filosofia e cultura.

                                 Apresentação do Livro "Karma e Dharma"

             O nossos fabulosos Demontradores: Bruno, Sara; Etianette e Pedro

                           A 5 de Outubro com o Educador e escritor DeRose





                                                    A Mega Aula

                            Depois do curso com os diplomas


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Curso de Formação de Instrutores do Método DeRose

Na sequência do tema abordado há duas semanas, onde explicámos o que é e qual o processo para se tornar instrutor do Método DeRose, esta semana vamos dar-lhe a conhecer um dia de exames, do curso de formação de Instrutores:

O dia começou cedo na Unidade 5 de Outubro, com os alunos a chegar pelas 9h00, para se prepararem para os exames, vestindo roupa de prática, aprimorando a sua imagem, revendo a coreografia e todos aqueles pormenores de última hora.


Era perceptível algum nervosismo entre os examinados…
Enquanto não chegavam as 10h00, início da Complementação Pedagógica, foram-se vocalizando Mantras, brincando, tentando aliviar alguma da inevitável tensão. Reinava, sobretudo, a boa disposição :)


Foram realizados dois exames para Yôgin e dois para Chêla; dos exames constava teste escrito, prova de ásana, prova de mudrá, prova de coreografia, permanência em Padmásana e em Sírshásana.
Ficam algumas imagens do que foram os exames.




 Os examinandos Cláudia, Vanda, Paulo e Ivone





 A banca Profª Zélia e Instrutor Fábio




Todos juntos :)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que é o Bhúta Shuddhi ?


É a etapa de purificação intensiva do corpo e seus canais de prána, as nádis. Na terceira parte do ády ashtánga sádhana (o anga mantra), e depois na quinta parte (o anga kriyá), já demos os primeiros passos nessa tarefa. Trata-se agora de especializar e aprofundar a purificação, não apenas com mantras, kriyás, pránáyámas, mas também com uma rígida seleção alimentar, jejuns regulares moderados e com um sistema de reeducação das emoções para que o praticante não conspurque seu corpo com detritos tóxicos das emoções viscosas como o ódio, a inveja, o ciúme, o medo, etc. Também tratamos de regular a quantidade de exercício, de trabalho, de sono, de sexo e de alimentos. Há uma medida ideal para cada um desses fatores. Qualquer excesso ou carência pode comprometer o resultado almejado.

 
Estes e outros recursos são utilizados para deixar os canais desimpedidos, desesclerosados, a fim de que a energia possa fluir livremente quando for despertada. Caso contrário, se despertamos a kundaliní sem termos antes liberado seu caminho pelas nádis, a sua eclosão avassaladora pode romper os dutos naturais e vazar para onde não deve, causando inconvenientes à saúde.

 
Na verdade, seguindo as regras do jogo e a orientação de um Mestre, despertar a kundaliní é menos perigoso que atravessar a rua. Por isso, os praticantes do Método DeRose, não temem e dominam perfeitamente esse processo de desenvolvimento.